quinta-feira, março 29, 2007

Palavras e preconceitos velados... ou nem tão velados assim

Ontem conversávamos no trabalho a respeito da monografia de um colega, para um curso de especialização, que versava sobre projetos de lei destinados a regulamentar a união civil de homossexuais. Na verdade, a conversa não era sobre o tema em si, o grupo se divertia fazendo uma gozação a um colega que tinha ido lá prestigiar o trabalho do outro e que supostamente estaria muito interessado em esclarecer suas dúvidas, tendo se sentido muito injustiçado, ao ter seu direito de perguntar proibido pela banca examinadora. Ao se defender, ele, brincando, respondeu “Vocês estão denegrindo minha imagem, só porque eu só dei uma passadinha lá para prestigiar....”
Engraçado como ter sua imagem associada a homossexualismo é considerado uma degradação!! Parece que não se trata apenas de ser ou não ser, de mera opção, de simples orientação, mas de ser algo valorizado ou extremamente desvalorizado.
É muito triste isso!!
E o pior é que não estávamos ali num grupo de beatos, convencionais ou xiitas. Éramos um grupo de pessoas, relativamente jovens, (quer dizer, relativamente não, jovens mesmo!!), que tem amigos gays, que convive regularmente com gente assumidamente homossexual e que, teoricamente, trata isso com muita ‘naturalidade’. Pelo visto não é bem assim, já que ‘naturalmente’ fazemos fortes juízos de valor, impregnados de preconceito.
Ou então simplesmente não atualizamos nosso discurso. Repetimos coisas que ouvimos há muito tempo e que não paramos para pensar ou criticar. De repente essa fala nem reflete o verdadeiro sentimento ou a real idéia a respeito da coisa toda.
É preciso, então, cuidar da escolha das palavras. É preciso medi-las e escolhê-las com muita atenção. Que seja banido de nosso vocabulário expressões totalmente ideologizadas e preconceituosas que não acrescentam nada ao nosso processo civilizatório e educativo.
Que não tenhamos mais que escutar que fulano tem o pé na cozinha, porque é moreno ou mulato; ou que fulana é linda, mas é inteligente. Chega disso!! Estamos em 2007. A segregação, a diferenciação não trouxe nenhuma benesse à história da humanidade. É tempo de falar de igualdade e de diversidade. De percebermos nossas semelhanças (inerentes à nossa condição de gente) e respeitarmos e aproveitarmos e curtirmos nossas diferenças – físicas, emocionais, culturais .... que acrescentam graça e singularidade à existência humana.

quarta-feira, março 28, 2007

Sobre catalisadores, mecânicos e atitudes ecológicas

Esta semana meu marido foi a uma mecânica de automóveis, pois o carro dele estava com um barulho que - descobriram - vinha do catalisador. Para quem não entende patavinas de mecânica de autos, como eu, tentarei explicar. Trata-se de uma autopeça cuja função é diminuir a liberação de dióxido de carbono e, desta forma, reduzir o potencial poluente do carro. A tal autopeça quando escangalha custa cerca de R$ 400,00 (quatrocentos reais!!) para ser substituída. Uma fortuna, considerando o valor do carro!
Para não precisar trocá-la, os mecânicos têm, então, uma alternativa de solução: “é só tirar as cerâmicas internas e substituir por um cano, que pára de fazer barulho!”, sugerem, felizes e radiantes. “Mas, desta forma, não vai aumentar a poluição causada pelo veículo?” “Ah, sim, é verdade. Por isso até que eu nem recomendo mais para os clientes que se faça isso.” Responde o mecânico repentinamente ecológico.
O fato é que, pelo visto, há muita gente por aí dando jeitinhos desse tipo e contribuindo para que o nosso planetinha já tão maltratado fique ainda pior. Tudo bem que, nós, não- proprietários de grandes indústrias, temos uma parcela de responsabilidade relativamente reduzida. É bem verdade também que, somadas as pequenas parcelas de cada um, temos uma soma gigantesca!.. Podemos, portanto, sim, escolher cuidar bem do nosso veículo, preferir carros menos poluentes (os de tração nas 4 rodas e a diesel podem muito bem ser evitados), optar por comprar materiais recicláveis, biodegradáveis, por educar os nossos filhos e as pessoas que nos estão próximas. Podemos, sim, contribuir para uma vida melhor para todos.