Ontem conversávamos no trabalho a respeito da monografia de um colega, para um curso de especialização, que versava sobre projetos de lei destinados a regulamentar a união civil de homossexuais. Na verdade, a conversa não era sobre o tema em si, o grupo se divertia fazendo uma gozação a um colega que tinha ido lá prestigiar o trabalho do outro e que supostamente estaria muito interessado em esclarecer suas dúvidas, tendo se sentido muito injustiçado, ao ter seu direito de perguntar proibido pela banca examinadora. Ao se defender, ele, brincando, respondeu “Vocês estão denegrindo minha imagem, só porque eu só dei uma passadinha lá para prestigiar....”
Engraçado como ter sua imagem associada a homossexualismo é considerado uma degradação!! Parece que não se trata apenas de ser ou não ser, de mera opção, de simples orientação, mas de ser algo valorizado ou extremamente desvalorizado.
É muito triste isso!!
E o pior é que não estávamos ali num grupo de beatos, convencionais ou xiitas. Éramos um grupo de pessoas, relativamente jovens, (quer dizer, relativamente não, jovens mesmo!!), que tem amigos gays, que convive regularmente com gente assumidamente homossexual e que, teoricamente, trata isso com muita ‘naturalidade’. Pelo visto não é bem assim, já que ‘naturalmente’ fazemos fortes juízos de valor, impregnados de preconceito.
Ou então simplesmente não atualizamos nosso discurso. Repetimos coisas que ouvimos há muito tempo e que não paramos para pensar ou criticar. De repente essa fala nem reflete o verdadeiro sentimento ou a real idéia a respeito da coisa toda.
É preciso, então, cuidar da escolha das palavras. É preciso medi-las e escolhê-las com muita atenção. Que seja banido de nosso vocabulário expressões totalmente ideologizadas e preconceituosas que não acrescentam nada ao nosso processo civilizatório e educativo.
Que não tenhamos mais que escutar que fulano tem o pé na cozinha, porque é moreno ou mulato; ou que fulana é linda, mas é inteligente. Chega disso!! Estamos em 2007. A segregação, a diferenciação não trouxe nenhuma benesse à história da humanidade. É tempo de falar de igualdade e de diversidade. De percebermos nossas semelhanças (inerentes à nossa condição de gente) e respeitarmos e aproveitarmos e curtirmos nossas diferenças – físicas, emocionais, culturais .... que acrescentam graça e singularidade à existência humana.
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