quarta-feira, janeiro 30, 2008

Voltando de férias

Hoje fará dez dias que retornei de férias. Ainda estou tentando colocar em dia as duas malas de roupas sujas que retornaram após mais de vinte dias de viagem. As chuvas de verão não colaboram com a secagem. Nem as roupas cujos fios encolhem e não podem ser colocadas na secadora. Que inveja de malhas do primeiro mundo numa hora dessas!

A cidade está silenciosa às duas e meia da manhã. Como o sono me faltou após uma discussão conjugal, resolvi levantar e fazer algo de útil. Não, não me refiro a escrever, mas tirar as roupas secas do varal, retirar outras da secadora, transferir as da máquina de lavar, enchê-la novamente. Satisfeita, coloco tudo para funcionar. Após fechar todas as portas e perceber que o barulho continua compatível com o horário, resolvo desligar tudo e deixar para amanhã mesmo.

A fada madrinha que trabalha aqui em casa e é responsável por operar transformações milagrosas infelizmente machucou o pé num acidente, teve que engessá-lo e ficará 8 dias de repouso. Gosto do país das maravilhas, onde as fadas madrinhas não se machucam nem adoecem.

Com isso, além de completar o turno da noite aqui em casa, durante o dia minha filha tem ido prestar assessoramento no meu trabalho. Felizmente, ela já tem 7 anos e consegue passar o dia entretida em seus passatempos e não interfere em meus afazeres. A moça da faxina ao passar lá pela sala, elogiar seu comportamento e conversar outras amenidades, como ela estava crescida, como o tempo passa, essas coisas, fez a pergunta e o comentário padrão 'só tem ela? Um filho só é tão ruim, né?!' A resposta saiu imediata: 'Não. Nessas horas por exemplo é maravilhoso. Como eu faria para trazer um monte de filhos quando a empregada faltasse e eles estivessem de férias escolares?'

E me deparei com um dos grandes dilemas das famílias e especialmente das mulheres modernas. Como conciliar filhos, família e carreira, especialmente se você não conta com uma rede de apoio? Não é a toa que a curva de crescimento está em declínio em muitos países europeus. Como criar filhos assim? Antes as mulheres ficavam em casa, ok. Depois, existiam as avós. Ok. Hoje as avós querem curtir a vida que não curtiram em sua juventude, não estão muito afim de criar netos. Todas as minhas amigas e familiares trabalham e têm suas vidas tumultuadas, ninguém pode ficar segurando a onda do outro. Não existem aquelas comunidades de cuidadoras africanas, onde os filhos de uma são filhos de todas! Os homens, por mais que estão muitíssimo mais atuantes em seus papéis domésticos e de pais, nem de longe chegam a compartilhar os 50% de responsabilidade de cuidados com a casa e com os filhos. Essa situação gera uma sobrecarga física e emocional, que só aguentamos, por causa do nosso complexo de mulher maravilha.

Bem, chega de lamentações, vou passar para outro assunto.

Um comentário:

Flávia disse...

Amiga,

Voce esvaziando as maquinas de roupa de madrugada ? Nem eu, que nao tenho fada-madrinha, faco isso as 2 da matina ! As 3 malas de roupa suja da nossa viagem foram esvaziadas 12 horas depois da nossa chegada. A pior parte eh dobrar tudo e colocar de volta nas gavetas...

Nem se meu filho tivesse 7 anos eu poderia traze-lo para o trabalho. Depende muito da profissao da mae...

Como estou no meio dos plantoes noturnos, o marido tem feito 85% dos cuidados com o filhote. A casa estah um pandemonio, mas quem liga ?

Beijinhos saudosos.