sexta-feira, junho 08, 2007

Diário de Bordo - parte 1

Faz um tempo que não escrevo. Passei uns dias me preparando para sair de férias - o que significa uma série de tarefas extras na rotina já atribulada, que vão muito além do simples arrumar de malas, como bem o sabem as mães trabalhadoras!
Pelo menos o marido eficiente me livrou de duas das boas - deixar e buscar o carro na revisão - para estar prontinho em nosso retorno, e providenciar dois amigos disponíveis e maravilhosos para cuidar de um periquito numa gaiola gigante e um peixe num aquário bem generoso, durante toda a nossa ausência.
Deus abençôe os amigos!!
Após isso, tenho estado viajando nos últimos cinco dias. Sem nenhum contato com a internet, nem com computadores, até então. Hoje, não resisti... e dei o primeiro clic. Vou contar algumas coisitas de nossos dias de folga no Rio de Janeiro.
Eu e minha filha partimos primeiro e tivemos a oportunidade de passar 3 dias nos curtindo, coisa relativamente rara, mesmo nos fins-de-semana, quando normalmente temos uma série de compromissos sociais. Tivemos sorte de não ter nenhuma surpresa desagradável no aeroporto, nosso vôo saiu praticamente na hora (com um pequeno atraso - o ideal para um café com pão de queijo antes do embarque!) e nossas malas chegaram tal qual partiram. Percebi que começava essas pequenas férias com o pé direito!
Na Cidade Maravilhosa parara de chover, o céu estava azul e lindo, a temperatura agradável e amena. Resolvemos, então, aproveitar a tarde para visitar o Pão de Açúcar (assim como uma pequena porção de gringos). A filha normalmente avessa a poses, talvez influenciada pela magia do passeio, até deixou-se fotografar. E também teve sua vez em fazer os próprios registros do momento especial.

Além de curtir a viagem de bondinho, admirar a vista privilegiada, tomar picolé do homem-aranha, comer bolo e tomar coca-cola, o legal do passeio foi transitar por aqueles caminhos de mata exuberante, fingindo que estávamos desbravando uma floresta virgem. Teve também aquela ladeira bem íngrime em que a gente desce segurando nas cordas laterais... me fez sentir a própria namorada do Indiana Jones. Tudo bem que a bota de saltos altos e derrapantes não eram ideais para a façanha, mas não chegaram a prejudicar a aventura. O grande final foi chegarmos bem na hora em que uma jovem senhora alimentava uma família de miquinhos.
A filha observadora contou 14 bichinhos. Eu estava mais preocupada imaginando se algum dia eu poderia ser essa pessoa que, voluntariamente, subiria diariamente o Pão de Açúcar para dar bananas aos pequenos seres da natureza, enquanto eles subiam nos meus ombros e cabeça. Tive a impressão que... não! Definitivamente!
Resolvi interromper as divagações para tirar fotos do momento ecológico, mas a bateria acabou. É sempre assim! Que saudade das máquinas de pilha!! Pelo menos deu para uma, para ficar de prova!


Dia 2
Uma tia, uma prima, três crianças, uma babá e eu fomos, no mesmo táxi - registre-se -a uma espécie de brinquedoteca ao ar livre, dentro da Hípica. Os não-sócios, como nós, pagam uma boa bagatela e têm a oportunidade de passar uma manhã diferente - um espaço com monitores extremamente simpáticos, que realmente brincam com as crianças, chamam-nas pelos nomes (já que são todas identificadas, assim como os adultos), contam histórias bem legais, tocam violão e cantam. Há um local com brinquedos pedagógicos, um tanque de areia/barro/argila (sei lá o que era aquilo! - felizmente a filha fresca e higiênica passou longe), um painel de vidro que as crianças podem pintar com tinta, tanquinhos para lavar as mãos (muito utilizados, pois a filha limpinha não agüentava a mão suja de tinta por muito tempo), mesinha para desenhar, escorregador, um rio artificial (que o frio impediu que desfrutássemos), minhocário (pulei essa parte), galinhas e pintinhos, preazinhos (também passei longe), coelhos (no final, as crianças fazem uma rodinha e alimentam os bichinhos, uma farra!) e visita aos cavalos. Pausa para falar dos cavalos. São explêndidos! Seus pêlos brilham mais que nossos cabelos. Não tenho dúvida que sejam mais bem tratados e tenham uma vida mais agradável do que muita gente por aí - apesar da rotina de trabalhos e da restrição de liberdade (essa parte não difere muito da rotina de um trabalhador assalariado, mas pelo menos eles não têm que pegar dois ônibus antes de pegar no batente). Aliás, não são só os cavalos, lá tudo é lindo e bem cuidado. Os jardins, estonteantes! Não fosse o barulho dos carros, não pareceria estarmos no meio do Rio de Janeiro. Tudo chiquérrimo e elegantérrimo. De repente, olho para os lados e penso como me sinto à vontade neste lugar!... Sem dúvida, esse glamour combina muito com meu jeito de ser... Poderia muito bem ser uma herdeira rica que passaria suas tardes a galopar nas arenas (certamente o nome não é este, mas não tenho acesso a dicionário) da Sociedade Hípica Brasileira. Talvez até pudesse competir... Usaria aquelas roupas e aquelas botas de franjinha ultra-demais. Teria uma coleção de chapéus. Em cada rodada estrearia um novo. Provavelmente teria uma estante de medalhas e troféus, não!, um quarto inteiro dedicado ao hobby, cuidadosamente decorado, onde certamente exibiria várias pinturas de cavalos pelas paredes... e os campeonatos internacionais? Capítulo a parte. Sem contar as festas cheias de vips, dentre os quais, euzinha! Alguém me cutuca. Hã? Ah, minha filha tá com fome, quer biscoito. Tchau, vida vip!
Chegamos em casa, almoçamos e nos arrumamos para ir à praia, porque candango quando sai de Brasília, se não for ao mar, não viajou. Tudo bem que agora já não é a mesma coisa dos tempos de adolescência e juventude, quando ir à praia significava ficar o dia inteiro tostando que nem lagartixa ao sol. Um livro, uma cadeira, uma canga e protetor solar. Agora tem os baldinhos, bola e nem uma chance de poder deitar-me imóvel. A filha brasiliense, extremamente animada para chegar ao mar, logo se irrita com a areia grudando nos pés. Parece inútil explicar que praia é assim mesmo, que não é igual piscina! Pelo menos já se acostumou com o fato de a água ser salgada!
No intervalo, tomo um mate, como biscoito de polvilho doce, fecho os olhos por instante, ouço o mar e me sinto no Rio de Janeiro...

Continua em breve.

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