segunda-feira, novembro 09, 2009

Sobre bebida e elegância

Uma amiga confessava em seu blog seu gosto por cerveja e chopp e como isso é considerado 'deselegante' e indevido para mulheres, que deveriam apreciar no máximo um taça de vinho, de champagne ou um licor fino.

Uma outra amiga dia desses disse que ia pintar as unhas do pé de vermelho, mas que as pessoas consideram brega, deselegante e, portanto, optou por um esmalte transparente mesmo.

Discordei de ambas, acho que a mulher pode ser elegante bebendo chope ou com esmalte vermelho nos pés, desde que isso faça parte de sua natureza, desde que isso combine com ela, não seja uma forçação de barra, uma tentativa de chamar a atenção ou de impressionar alguém.

Fiquei pensando sobre essa questão da elegância. E acho que ela tem a ver com uma certa discrição e mistério. Porre me parece sempre deselegante, qualquer que seja sua fonte, cachaça 51, velho barreiro, champagne importanda ou whisky 18 anos. Gente que bebe para se sentir diferente do que é e fazer coisas que sóbrio não faria, para se sentir mais divertido, mais solto, é sempre deselegante. Mas alguém que degusta e aprecia cada gole, que bebe porque está calmamente apreciando, satisfazendo um gosto, um desejo pessoal, pode ser muito elegante.

Talvez por isso, em geral, o whisky tenha essa fama. Há um ritual, o barulho do gelo, o dedo que balança as pedras e depois é levado aos lábios de uma maneira tão sensual... O gesto lento, o gole profundo, o olhar no outro. Acho particularmente charmoso assistir à degustação de um copo de whisky, a pessoa saída do banho, ainda enrolada na toalha ou dentro de um roupão bem felpudo, ao som de uma música boa, como a da Nana Caymmi que escuto agora. Visualizo um homem, claro, o meu, particularmente. Mas pensando sob a perspectiva do outro genero, também uma mulher ficaria bem nessa cena.

Já a cerveja e o chope tem a ver com companhia, com festa, com barulho, com bagunça, com algazarra e alegria, e isso nem sempre se associa à elegância em sua concepção aristocrática. Embora seja válido ressaltar que nem só de elegância vive o ser humano. E cada coisa, cada boa sensação e prazer tem sua hora. Quem quer ser elegante o tempo todo? Que chatice!



Por outro lado, há as mulheres que são chiques mesmo tomando cerveja ou curtindo um choppinho estupidamente gelado. Temos uma amiga que não dispensa seu copo, taça, lata ou caneca sempre que saímos. Seu marido vai de água ou refri, enquanto ela curte muito na dela sua bebida predileta.

Nada mais elegante do que ser autêntico e natural, obedecer a seus gostos, seguir seus princípios, estabelecer suas regras e limites e segui-los conforme melhor convier a si, ao ambiente e aos outros.

2 comentários:

Lud disse...

Sobre beber, eu gosto de beber com os amigos. No calor, um chopp cai muito bem! No frio, um vinhozinho tinto, seco. Tudo de bom! Lá em casa é como vc mencionou: meu marido não bebe nada. Só eu. Mas eu acho que a mulher que bebe, às vezes, é vista com outros olhos... Concordo com vc com relação à elegância, à discrição e ao mistério! Adorei a postagem!

Juliana Werneck disse...

E eu falando tudo isso, mas na verdade eu gosto é de coca cola!! :-D
Obrigada pela visita!
Juliana.