Passeio no Parque do Ibirapuera. Olho, fotografo, contemplo. Sentada na grama, numa sombrinha gostosa. Aros de bicicletas, de carrinhos de bebês, rodas de patins, tênis diversos, pernas coloridas passam ao meu lado. Gritinhos de bebês, risos, conversas enamoradas, conversas animadas, silêncios.
Penso que é um bom lugar para ler um livro e ouvir música. É bom sentar de pernas cruzadas na grama. É bom domingo de sol no parque.
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Miro e admiro a paisagem ao longe. Sinto-me alada, acima. De repente vejo que de longe alguém também me vê. De repente, também sou paisagem. Só paisagem.
2 comentários:
Esse final é de matar de lindo: "De repente, também sou paisagem. Só paisagem."!
O PAPEL E O POETA
Não quero mais ser um coadjuvante
Para ser lembrado apenas por um lapso.
Estou farto de pensamentos disfarçados em abstrato
Ziguezagueando por entre linhas de raciocínio.
Quem é o criador?
O poeta que se torna escravo de suas musas
Ou o papel que as alforria silenciosamente?
Perguntas sem respostas
Cuja desculpa se encontra
No último parágrafo.
Cansei de ser o fardo de uma pena
E depósito de frustrações.
Quero libertar-me desse jugo
E prender-me em minhas próprias idéias – ou:
Ser o personagem da minha própria pessoa.
Quero atuar em meu próprio mundo,
Ser a minha gramática,
Sem uma sentença que me condene.
Quero descobrir o meu verdadeiro papel,
Poder enxergar a mim mesmo.
Não sobre uma escrivaninha fria e empoeirada
Que o tempo deixou no esquecimento,
Mas sim em cada alma,
Em cada poesia.
*( Agamenon Troyan )
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