quinta-feira, janeiro 06, 2011

Obrando

Em breve completará quatro meses que estamos fora de casa, por conta de uma reforma que resolvemos fazer. Não era a primeira vez que enfrentaríamos esse desafio, pensei que seria tranquilo. Mas não se compara uma reforma em um pequeno apartamento com a reconstrução total de uma casa.

A ideia inicial era fazer uns armários e estantes planejados, incorporar uma varanda à sala, arrumar algumas coisinhas no quadro elétrico e construir uma área de serviço. Como isso virou uma completa reforma não me perguntem. Viagem do arquiteto, viagem nossa. Queria estar em casa antes de o bebê nascer, queríamos estar em casa para o natal, agora já nem sabemos se estaremos no carnaval.

Uma prima comentou "ainda bem que vocês têm um casamento sólido, pois já vi muita gente se separar durante ou após uma obra". Não me surpreende. É uma constante fonte de conflitos, que envolve diferenças de desejos, sonhos, necessidades, visões de mundo e, claro, dinheiro. Muito dinheiro. Todos os sólidos podem estremecer ou serem derrubados em uma obra grande, não apenas os muros, paredes, vigas e os mais forte dos pilares.

É preciso que pelo menos um tenha a cabeça mais fria e o coração mais sensato e saiba compreender e estender a mão, o ombro e os ouvidos carinhosos ao outro, quando a angústia, a desesperança e agonia tomam conta do pedaço. Parece dramático? Sim, mas quem pensa que não é que faça a primeira grande reforma em sua casa.

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