segunda-feira, novembro 12, 2007

Folga, que folga?

Quanto tempo sem passar por aqui!
Estava de férias de mim mesma. Pena que a cada vez que passava por um espelho, lá estava eu, a me perseguir. Por isso é que nessas horas gosto de deitar na cama e olhar pro teto. Olhar para o branco e deixar o pensamento fluir...
O problema é que logo esse branco vira uma mancha aqui, outra acolá, uma poeira atrevida, uma quina lascada. Necessidade de pintor, marceneiro, conversa com empregada. E lá se vai, num lampejo de instante, o meu descanso, a contemplação, a fuga planejada.
Tirei uma semana de folga. Dias de recesso não gozados à época. Tinha que aproveitar. Fui ao verdureiro, ao cabelereiro, ao médico da filha, à psicoterapia. Fiz unha - mão e pé - e depilação - completa (poupem-nos dos detalhes sórdidos). Massagem não deu tempo. Arrumei armário, mala para viagem, caixa de papel velho. Resolvi pendências de trabalho, estudei, fiz exames - ecografia, mamografia, histerosalpingografia. (Que não me venham com novas grafias!)
Acordei cedo todos os dias.
É... não tive folga!
Não vi Sessão da Tarde, Vídeo Show, nem Vale a Pena ver de novo. Não dormi todos os dias após o almoço. Não fui ao cinema. Vi Jô Soares uma noite. Jornal não vi. Ufa!
Nem fiz compra de mercado. (Hoje almoçamos sem feijão!)
Passamos o fim-de-semana em São Paulo. Festividades de família. Encontro, abraço, beijo, festa, riso. Museu, livraria, comida boa, pulsação. Tudo muito bom! Menos a despedida. (e o trânsito!)
Saudade, gosto de quero-mais.

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