terça-feira, dezembro 23, 2008

Preparativos para viagem de fim-de-ano

Tenho um marido tecnológico, uma filha desligada e uma certeza: se houvesse mais algum membro nessa família, estaríamos fadados a viver enclausurados - não conseguiríamos sair de casa, ou se conseguíssemos, não poderíamos acomodá-lo no carro abarrotado de bagagem.

Na semana anterior, organizamos nossa apertada agenda para encaixar os preparativos de viagem - revisão do carro, troca de pneus, alinhamento e balanceamento, pegar e deixar roupas na lavanderia, compra dos últimos presentes de natal, envio de cartões para os entes queridos e distantes... essas coisas. Nossa idéia era sair por volta das 9 horas, para cumprir os 800km de estrada. Pelo nosso histórico, já sabíamos que a previsão otimista seria às 10h e a realista às 11. Mas tudo bem. Planos são ideais a serem perseguidos.

Na referida manhã, acordo às 8h35min. Percebo que os planos iniciais já foram por água abaixo. Tinha deixado pendente fazer um exame de sangue e levar umas sacolas de doação na casa de uma amiga. Lembro que tenho que passar na farmácia. Retorno para casa às 9h15. O marido e a filha já estavam acordados, tomando café. Últimas providências: arrumar as camas, lavar a louça da véspera e da manhã, guardar as últimas coisinhas na mala (itens de higiene, brinquedos da filha, livros, agenda, presentes...); pegar os itens para viagem: lanche, música, travesseiros, casacos; esvaziar a geladeira - essa parte deu um trabalhinho extra. Havia mais coisa do que imaginava. Faço uma matula para dar para o porteiro.

O marido estava juntando todo o apetrecho tecnológico - filmadora, máquina fotográfica, notebook, palm top, dvd portátil, DVDs infantis, CDs infantis, carregadores, baterias, pilhas recarregáveis, pilhas descartáveis. Enche uma mala com toda a tralha. Acabaria esquecendo o CD com todas as fotos que selecionou durante a madrugada de trabalho na véspera. Seria encaminhado pelo cunhado por Sedex 10 na segunda seguinte.

Continuo na cozinha. Resolvo fazer uns sanduíches com os pães, queijos, presuntos e requeijão que estavam abertos. Junto as frutas com os biscoitos e refrigerantes para levar no carro. Coloco o suco numa jarra para levar para o porteiro também.
Lavo toda a louça que se formou. Junto todo o lixo para levar à lixeira. Enquanto isso, o marido foi levando as coisas para o carro. Descobriu que o farol tinha queimado. Vai à loja para comprar a lâmpada. Faltavam 20 minutos para o meio-dia. Leva a filhotinha. Junto a tralha restante para levar para o carro, o lanche para o porteiro, me dirijo a porta, uma sacola vira. Alguma dúvidaque era a da jarra do suco? Que derrama dentro da sacola, molha e mela tudo? Volto para a cozinha para limpar e rearrumar a matula. Desço como uma sacoleira, entrego as coisas para o porteiro, pego o jornal, levo as coisas para o carro, que o marido e a filha já voltaram. São 12h20. Estamos com fome. Resolvemos comer uma pizza rápida na Dom Bosco. Depois, fazemos uma parada na frutaria e compramos mais uns itens de sobrevivência na estrada. Conseguimos partir. São 13 horas. Belzonte aí vamos nós.

A VIAGEM

A viagem foi ótima! Melhor do que o esperado. Não havia enchente, barreiras caídas, quase não pegamos chuva e o asfalto estava quase ótimo em quase todo o trecho. Passava um pouco de 21horas quando nos aproximamos de BH. Na pista do outro lado, um engarrafamento de mais de 10km que se estendia desde às 14h por causa de uma carreta virada. Ufa! Nosso lado estava livre! Em breve chegaríamos ao famigerado anel rodoviário (digo isso porque sempre nos perdemos). Dessa vez não foi diferente. Entramos por um caminho esquisito, até que percebemos que estávamos indo para Betim e tentamos achar um retorno para dar meia-volta-volver. No caminho certo, encontramos um grande buraco errado, enquanto por um instante contemplava o trânsito do outro lado. O carro ficou meio torto. Felizmente havia um posto próximo, onde encontramos uma alma santa que nos ajudou a trocar o pneu. O divertido foi retirar o estepe debaixo de toda a tralha no porta-malas, sem que a filha visse os presentes natalinos. No final, salvaram-se todos, inclusive o sonho de Papai Noel!

Um comentário:

Flavinha disse...

Passo para desejar feliz natal e quase tenho uma sincope de rir!

Seu texto ficou ótimo! Que humor! Vou encaminhá-lo para minha família inteira!

Mas peraí? Quer dizer que você está aqui em BH?! Se tiver um tempinho disponível me avise pois eu vou adorar te conhecer!

Beijocas