sábado, abril 14, 2007

Aprendendo ao longo da vida


Nas três últimas semanas estava participando de um curso de Coaching para instrutores. Para quem não é íntimo da nomenclatura, explico. O coaching é uma metodologia que vem sendo ultimamente muito utilizada, especialmente nas organizações, para a condução de processos de desenvolvimento de competências pessoais ou profissionais.
Num dos exercícios do curso, nossa instrutora nos pediu que pensássemos nos dez fatos mais impactantes de nossas vidas e o que aprendemos com eles. Achei um exercício maravilhoso que todo mundo* deveria fazer, como auxílio em seu processo de auto-conhecimento. Quero compartilhar aqui algumas das coisas que aprendi, não somente com fatos, mas com situações ou experiências que foram marcantes para mim. Citarei algumas delas:

1) A perda dos meus melhores papéis de carta importados, quando tinha 9 anos (em uma troca quase forçada por uma amiga que não desistia do que queria)
- Que é essencial nesta vida aprender a dizer não
- Que não posso culpar os outros pelas minhas próprias (in)decisões

2) O fim do primeiro grande amor, e do segundo, e do terceiro...
- Que o amor não é eterno (necessariamente)
- Que podemos amar de várias maneiras, várias vezes, várias pessoas, ao longo da vida

3) Ter cursado enfermagem em uma Universidade Pública
- Que saúde é muito mais do que a ausência de doença
- Que somos muito frágeis e devemos respeitar a vida que nos foi concedida e a que está à nossa volta
- Que simples escolhas equivocadas podem significar a interrupção da vida ou a antecipação da morte
- Que não há o que se dizer para quem perde uma pessoa querida. Que um abraço pode ser melhor que uma palavra.
- Que quem eu sou e o que penso está estritamente relacionado ao lugar onde nasci e o tempo em que vivo
- Que ser criada numa sociedade capitalista tem influência sobre quem eu sou e as relações que desenvolvo
- Que a resistência à dor e ao sofrimento pode variar de acordo com a classe sócio-econômica a que pertence a pessoa

4)Ter saído da casa de meus pais para morar sozinha
- Que as pessoas são sós em essência
- Que eu era uma boa companhia de mim mesma
- Que podia ser feliz sozinha
- Que gostava de estar só
- Que silêncio era algo muito bom
- Que todo mundo deveria viver uma experiência assim antes de escolher estar junto de alguém

5) Com o casamento
- Que casar é diferente de namorar, por mais que se compartilhem coisas, momentos e anos de vida comum
- Que dividir espaços não é um processo “natural”
- Que não existe o “e foram felizes para sempre” automático, que o “para sempre” é uma construção diária, contínua e compartilhada.

Aliás, quero aproveitar para dedicar esse post a quem tem me ensinado muito, nos últimos 9 anos, sobre conviver e construir.

* O pai mineiro e sábio de uma grande amiga costumava nos lembrar que "todo mundo" é muita gente, que não devemos generalizar sob pena de cometer enganos ou injustiças. As técnicas de comunicação eficaz e de coaching recomendam a mesma coisa.

Um comentário:

Flávia disse...

Gente,

Olha o Véio Chico aqui !

Beijinhos,
Flávia.