domingo, abril 15, 2007

Sobre crianças, adoção e a 'complexidade' da vida


Hoje saiu na primeira página de um jornal de grande circulação aqui da cidade uma reportagem sobre adoção em que estavam na capa uma prima muito querida, seu marido e o filhinho deles de um ano e meio, adotado ainda recém-nascido. Formam uma família linda e não posso deixar de pensar de como esse acontecimento transformou a vida dos três de uma forma marcante para todo o sempre.
Na reportagem, fala-se que aqui na cidade há mais pessoas esperando na fila do que crianças para serem adotadas. Entretanto, elas não preenchem o “perfil desejado” – sexo feminino, de 0 a 2 anos, pele clara e saudável.
Esses dias estava lendo um livrinho infantil para a minha filha que versava sobre o tema. Tinha um casal que adotara quatro crianças, cada uma de um jeito – uma branquinha, uma pretinha, uma moreninha e outra japinha – todas lindas e felizes. Aí, minha filha perguntou o que era adoção, por que as crianças eram adotadas... eu expliquei que alguns pais não podiam cuidar de seus filhos e deixavam-nos para ser criados por outras famílias. Sucedeu-se um breve e interessante diálogo. “Então tem criança que não tem pai e mãe?” “Tem.” “Aqui em Brasília tem?” “Tem.” “Então por que a gente não adota uma?”
Boa pergunta!
Boa pergunta, penso de novo. Para a qual, certamente, eu não tinha uma boa resposta.
“Ah, filha, porque não é assim tão simples....”
Ela não entrou no mérito da coisa, mesmo porque as crianças nem sempre estão preocupadas em filosofar sobre tudo e há muitas coisas para elas pensarem e fazerem, então logo mudou de assunto. Mas a pergunta e a resposta ficaram ecoando na minha cabeça...
Comentei com uma amiga que também ficou martelando a idéia junto comigo... Por que não é tão simples? Será que não pode ser simples? Será que a vida não seria muito melhor, mais fácil e mais inteligente se a gente não complicasse tanto? Se a gente reaprendesse a olhar o mundo e pensar como criança?

Um comentário:

Keiko disse...

Com certeza seria...