Na cidade de concreto e grama é uma tarde qualquer de um janeiro cinza e chuvoso. Saio do consultório médico onde esperei meia hora por um papel e uma assinatura deixando para trás uma atendente falastrona, com seus modos inapropriados e sua incompetência indiscreta. Uma mulher saía com face pálida, dois frascos com material para análise e um marido abatido.
Paro numa lanchonete. Um rapaz e uma moça pedem duas cervejas e uma dose de cachaça. São 4 horas. Enquanto julgo-os em silêncio, aproveito para repor minha dose diária de cafeína - uma café e uma coca, por favor.
O trânsito segue seu ritmo (lento). Dirijo distraída mascando um chiclete de hortelã e remoendo minhas angústias e incertezas. Uma mulher atravessa a rua com um jovem aleijado, em seu compasso esquisito. À frente um rapaz segue com uma coroa de flores em direção ao cemitério. Respiro aliviada por não serem para mim. Lembro que em casa há uma pilha de roupas para serem lavadas e outra para ser passada. Esqueço do resto.
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