sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Um dia de mãe

É 1h25 da manhã. Estou tão cansada que não tive coragem de ir para a cama. Sentei aqui em frente ao computador para esperar o ânimo chegar.
Para justificar o estado, seguem alguns dados bem recentes:

- acabei de encapar 9 livros didáticos, 2 livros de literatura, 3 blocos de papel tamanho A4, 1 bloco de folhas tamanho A3 (espero que uma criança de 7 anos, na primeira série, dê conta de tudo isso);
- preenchi 23 etiquetas com nome completo da aluna, série, turma, turno, nome da professora e do colégio;
- preguei micro-etiquetas (essas foram impressas pelo marido) em 12 lápis de cor, 2 lápis grafite, 2 apontadores, 3 frascos de cola, 1 tesoura, 1 régua (essas últimas deram trabalho em dobro, pois tive que recortar o nome e fazê-los menor para adequar-se ao tamanho do objeto), 1 ábaco (nos dois lados, contem-se duas) - todas devida e completamente envolvidas por papel contact;
- escrevi duas vezes o nome da filha no corpo de 12 pincéis atômicos;
- identifiquei a agenda, o material dourado, o QVL.

Neste ínterim, fui acudir duas vezes a filha que estava passando mal, com náuseas, ânsia de vômito e dor de barriga. Depois, arrumar sua cama, colocar pasta de dentes em sua escova, supervisionar a escovação, acompanhá-la à cama, ficar a seu lado até dormir. Conversei brevemente com o marido sobre contas da casa, projeto da reforma do apartamento e como foi a primeira reunião com a professora (quando descobri que o início das aulas seria amanhã e não na segunda, como estava pensando). Dei um rápido alô on line para a cunhada e o delicioso sobrinho de 2 meses, que não interrompeu seu sono dos inocentes para nos ver babando por ele.

Produzi uma montanha de lixo (restos de papel contact, pepéis de etiquetas, sacos plásticos) que estou fingindo que foram abduzidos por extra-terrestres e que não precisarei catar.

Resolvo respirar fundo e pensar positivo. Tenho que criar coragem. Definitivamente! Após um segundo de felicidade ao pensar que amanhã é sexta, recordo-me que o dia será daqueles. Revejo a lista de afazeres. Chegar no trabalho mais cedo (o que significa acordar mais cedo) para compensar a escapulida para ir ao dentista no fim da manhã. Depois, uma hora de malhação (ainda estou toda doída da última vez, ai, ai, ai). Volto correndo, tomo banho, verifico se a filha já almoçou, quero fazer um penteado especial para o seu primeiro dia. Levo à escola, entrego os dois sacos de material escolar (antes tenho que comprar duas pastas com elástico que descobri estarem faltando - isso porque comprei todo o material em dezembro, para adiantar). Vou à terapia familiar com as irmãs (não posso esquecer de levar-lhes os sacos de roupa que trouxe para lavar e secar aqui em casa), volto pro trabalho e às 18h pego a filha na escola. Antes não posso esquecer de ligar pro transporte escolar e prás escolas de natação e música para confirmar matrícula, calcular a rescisão contratual da babá, passar no banco e pegar dinheiro (acho que isso vou delegar pro marido), confirmar se a máquina de lavar roupas foi devolvida pela empresa de conserto no prazo (isso delegar para a empregada). Está faltando algo? Ah sim, ir ao banheiro, beber água, almoçar...
Pensando bem, são duas horas, é melhor ir dormir.

Um comentário:

Flávia disse...

Ta� uma vantagem de morar no Primeiro Mundo Congelado: aqui n�o se encapam livros. Acho que nem existe pl�stico de encapar livros. A �nica pessoa aqui que embrulha presentes sou eu, imagina se as gringas v�o embrulhar livros !

Beijinho.