Outra vez no saguão de embarque, agora tentando voltar para casa, procuro disfarçar a ansiedade gerada pelo atraso do vôo me entretendo com a vida alheia. A cabeça lateja em todos os lados por isso não posso ler ou escrever. Olho à volta, procurando um alvo interessante para me fixar. Ouço um riso gostoso de criança. Procuro de onde vem. Encontro a animada dupla alguns metros à frente. Uma mãe brinca de esconder com a mão os olhos da filha, que se retorce de riso e contentamento com a singela brincadeira repetida uma e outra vez numa seqüência incansável.
Essa mãe deve ter vinte e poucos anos. Tem os cabelos pretos e longos presos num rabo de cavalo e uma beleza contrastante com o ambiente cinza e tedioso. Carrega o pacotinho de risadas, que deve ter uns dois aninhos, num canguru e administra uma penca de sacolas e apetrechos infantis.
A menina é fofa!! Bochechas redondas e coradas, nariz de batatinha, sorriso matreiro, cabelinho preto bem liso de franjinha e preso num rabinho como o da mãe. O visual todo a deixa parecida com uma bonequinha ou uma personagem de desenho infantil. As mãozinhas gordinhas seguram as da mãe com força e são seguradas com carinho e afeição. Os olhinhos puxados e alertas revelam a anomalia genética e o futuro incerto de limitações e potencialidades desconhecidas.
Os olhares brilhantes, apaixonados e atentos ao contato mágico e à brincadeira hipnotizante revelam que para o amor não há limitações e as potencialidades são sempre infinitas...
Um comentário:
Lindo post! Você voltou inspirada! As férias do blog, pelo jeito, fizeram bem!
Beijocas
Postar um comentário