terça-feira, setembro 04, 2007

Sem título


Do outro lado da cidade, do continente, do mundo
Mora algo do que sou.
É para lá que me mudo quando não estou em mim
ou quando não estou nem aí...

A vida passa, as horas passam, mas em mim tudo pára.
O real nem de longe é ideal
E eu ultrapasso o limite do patético.
Como somos ridículos com nossos dramas e preocupações...
Pagou a conta de luz, amor? Tem que passar na padaria. Queria tanto aquele sofá!... entrou em liquidação. Fez o depósito na caderneta de poupança da filhinha? Temos que assegurar seu futuro!

Futuro!?... queria assegurar meu presente.
Se tiver fôlego corro até amanhã. Se não, vou ficando por aqui mesmo.
Me estatelo no sofá, pulo o banho de hoje, assisto à novela e ao Corujão.
Qualquer coisa que me leve de mim, para longe daqui...

Um comentário:

Keiko disse...

Menina, poesia linda! Declaração cotidiana de inquietações constantes que passam por todas nós, ao menos por mim!