sábado, setembro 15, 2007

Ética (também) se aprende na escola

Tivemos uma semana triste no cenário político Brasileiro. A maioria do Plenário do Senado Federal considerou que o Senhor Renan Calheiros era digno de continuar ocupando uma cadeira naquela Casa. E o pior, ele mesmo considerou-se merecedor, estatelou-se naquela presidência, e vai continuar dirigindo os trabalhos da Casa, comandando a pauta, nomeando pessoas, interferindo no Orçamento...
Talvez ainda não se tenha conseguido provas suficientes, mas havia alguma dúvida da veracidade das acusaçoes?? Isso sem contar nas tantas outras que ainda nao vieram à tona. Mesmo assim, não houve quebra de Decoro? A ética parlamentar não foi ferida?

Hoje de manhã comparecemos à escola de minha filha, pois haveria umas atividades com pais e filhos. Momento de integração - jogos, lanches, bastante diversao. Algumas coisas - muito significativas, a meu ver - me chamaram a atenção.

Estávamos no ginásio da escola e o professor coordenador orientava as atividades utilizando um microfone. Para poderem escutar e compreender era necessário que pais e filhos se mantivessem em silêncio e em seus lugares nas arquibancadas. Que coisa difícil! Algumas crianças, apesar dos apelos seguidos, falavam, conversavam, saíam das arquibancadas e corriam para a frente da quadra. Queriam chegar primeiro ao local da próxima atividade e assim garantir um bom lugar, às custas da quebra dos princípios mais simples de civilidade, justiça e educaçao(Lei de Gerson?).

As brincadeiras desenvolviam-se naquele momento na quadra de esportes e quem quisesse somente assistir ou comer podia sentar-se nos bancos. Mas algumas mães pareciam não perceber isso e levavam lanche para as crianças no meio da quadra. Resultado: sucos derramados, migalhas pelo chão, sujeira, risco de acidentes.

Uma das brincadeiras consistia em, dividido o grande em grupo em dois, cada um ocupando um lado da quadra, seria entregue uma bolinha para cada um. Após o sinal, os participantes tinham que jogar sua bolinha para a outra quadra e tentar devolver as que caissem em seu espaço. Ganharia o time que, findo o tempo, tivesse menos bolinhas em quadra. Soa o apito final. Todos tinham que parar de arremessar bolas. Isso aconteceu? Nao. Nos segundos que se seguiram algumas crianças E alguns PAIS continuavam atirando, chutando discreta ou descaradamente as bolas para a quadra do aniversário. Outros assistiam calados, impotentes, acostumados talvez. O coordenador pede, apela ao grupo, solicita que as professoras ajudantes levem os times para o fundo da quadra e cuidem para que mais bolas não sejam atiradas, ameaça desclassificar a equipe que continuar jogando. Mas não chegou a fazê-lo. Ganha um dos times. A meu ver o que pareceu ter mais participantes burlando as regras e certamente o que mais demorou para chegar ao fundo da quadra.
Moral da história: vence o mais esperto, o que desobedece as normas, dribla as leis, o ardiloso, o desonesto, o inescrupuloso e seus parceiros.

Alguma diferença do primeiro episódio?
Como teremos um país melhor, no futuro, se nao conseguirmos educar as nossas crianças hoje? Como cobrar do político que nos representa se praticamos os mesmos delitos, apenas em esferas ou espaços diferentes?
Se queremos um governo ético (e queremos!), precisamos também desenvolver relações sociais éticas. E isso começa dentro de casa. E na escola.

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