Um dos meus maiores dilemas femininos hoje é conseguir administrar carreira e maternidade.
Infelizmente essas duas coisas tão importantes na nossa vida nos dias de hoje cismam de acontecer ao mesmo tempo. Seria legal se nossa carreira começasse efetivamente aos 50, ou quando nossos filhos completassem 18 anos. Ou quatorze anos, pelo menos. Poderíamos trabalhar dos 50 aos 80 e reservar os anos anteriores para cuidar da família! Tipo assim, o governo nos sustenta antes e a gente sustenta o governo depois!
Há duas semanas recebi um convite para ocupar um outro cargo. Posso considerar como uma espécie de promoção. Depois de um intenso conflito, aceitei. Nem tanto pelo cargo, mas talvez pela confiança que deposito nesse diretor que me convidou e nos projetos que têm para o futuro.
Uma coisa que ele me garantiu é que as reuniões nunca passam do meio-dia e nem das 18h30, o que me deixou mais tranquila. Mas mesmo assim, será que o tempo que passo com ela, ainda que eu tente encher de qualidade, é suficiente?
Será que no futuro me arrependerei por ter dedicado ao meu trabalho e aos meus estudos tempo e energia que eu deveria ter guardado para ela?
Como saber se estou fazendo o certo?
À minha filha
Filha, minha querida, sinto meu coração apertar quando penso em você. É tanto amor, tanta alegria que não poderia te explicar. Você só compreenderá quando tiver seus próprios filhos, disso não tenho dúvida.
Hoje você tem 7 anos e o tempo voa. Até você acha isso. E olha que quando eu era criança sentia o tempo de outra forma, parecia se arrastar.
Há pouco você cabia no meu colo e trocava o 'r' pelo 'l'. Hoje você quase calça o meu número, expressa seus desejos com clareza e propriedade e joga video game com maestria que nunca terei.
Enquanto você cresce, vai às aulas e brinca com seus amigos, eu vou ao trabalho, às aulas de espanhol, cuido da casa, estudo. Estamos juntas um pouquinho de nada pela manhã e na hora do almoço e um pouco a mais à noite e aos fins-de-semana.
Esse é um padrão 'natural' para você ou será que gostaria que tivéssemos uma outra rotina?
Você é feliz?
Considera-se verdadeiramente amada?
Sente falta de algo?
Preciso saber antes que seja tarde demais!!
...
Amo você com tudo o que sou!! Não se esqueça disso.
2 comentários:
Oi, Ju
Compartilho com você o dilema de ser mulher, mãe ou profissional. Seria então um trilema, ou multilema?
Somos apenas uma pessoa com múltiplas funções ou talentos, sonhos ou fraquezas...
O fundamental, talvez o mais importante seja o amor com que vivemos todos os nossos papéis.
Tendo a coragem de seguir o coração sem medo de errar.
Beijos,
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